sexta-feira, 30 de março de 2007

Cartoon do dia



















Maitena|Me lo contó un pajarito

quarta-feira, 28 de março de 2007

puro branco






















A capa da ICON deste mês, desenhada por Ettore Sottsass, deixou-me a pensar. You don´t save your soul just painting everything in white. É que eu gosto de branco... na minha casa é tudo branco. Paredes, portas, armários, prateleiras… Eu gosto do branco. Tranquiliza-me … é como se toda a história estivesse por escrever.

Para mim o branco é calmante mas energizante ao mesmo tempo (não sendo agressivo como o vermelho), é limpinho (não sendo sensaborão como o azul bebé), é uma cor forte mas sem qualquer toque de agressividade. No fundo o branco é o que quisermos que seja. Não manipula, não cria sentimentos específicos, como o vermelho que apela à paixão, ou o laranja, que energiza.

Decidi então investigar mais sobre o branco. Aqui ficam algumas ideias.

Primeiro, sobre as cores em geral. As cores foram desde sempre importantes na vida do Homem. As cores eram usadas pelos primeiros homens como magia para atrair a caça. Eram utilizadas pelos egípcios e babilónicos como parte integrante da cultura e religião, como ferramenta política e de domínio do povo. Na Índia e na China as cores são ainda hoje fonte de determinados tipos específicos de energia, regedoras dos centros energético, ou Chakras. A cada elemento corresponde uma cor: ao Fogo o vermelho, à Terra o amarelo, ao Metal o branco, à Água o azul e à Madeira o verde. Na tradição hebraica, na Cabala, também as cores são consideradas importantes instrumentos capazes de influenciar o curso dos acontecimentos.

Voltemos ao branco.

“A cor Branca ou simplesmente o Branco é a junção de todas as cores do espectro de cores. É definida como "a cor da luz", em cores-luz, ou como "a ausência de cor", em cores-pigmento. É a cor que reflecte todos os raios luminosos, não absorvendo nenhum e por isso aparecendo como clareza máxima”. In Wikipédia

Pitágoras, acreditava que a cor branca continha, além de todas as outras cores, todos os sons. Esta crença reflecte-se na propriedade da cor branca de representar a divindade, sinceridade e transformação.

As tradições nipónicas consideram o branco a cor do luto.

No Feng-Shui o branco é considerado uma cor neutra, está associada ao elemento Metal e tal como este elemento representa o infinito e a profundeza. Na decoração deve ser quebrado com cores que evitem que o espaço se torne frio.

Eu gosto de branco….Na casa gosto de quase tudo branco com uns pequenos, muito pequenos toques de cor (não branca). But then...

I may be trying to save my soul :-)

terça-feira, 27 de março de 2007

Ele é ... Mário Bismarck












Pintura Paraíso #18, Acrílico, carvão e tinta da china sob/tela, 2001

Mário Bismarck nasceu no Porto a 17 de Julho de 1959. É professor associado de Desenho na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Começou a expor individualmente na década de 80. A sua obra centra-se numa espécie de figuração romanceada que joga com referências do cinema, estórias por onde passa uma certa comédia humana. Nos seus trabalhos mais recentes Bismarck divide a tela em duas partes, representando numa parte uma realidade transfigurada e na outra uma imagem pictórica. Nesta série, "Paraíso", representa cenas do imaginário romântico que contrastam com elementos que geram um efeito abstracto.

Diz-me o que pintas dir-te-ei quem és...













prémio ao "adivinhador": um jantar a dois com o mister/miss sensuality e uma dança ao som do slow mais mais votado no blog "classe de 70".

Willkommen auf der Tag von Theatrum.....!

Quando pensei em escrever este post, imaginei as cortinas pesadas e densas de veludo....as cortinas com que os palcos dos teatros normalmente nos recebem. São cortinas que nos transportam para um outro espaço, uma outra dimensão que apenas vive porque por momentos, alguém deixa de ser quem é e assume o papel do personagem que representa. De repente ficamos ali sentados, quietinhos, à espera que a peça comece. Existe expectativa, ansiedade. As luzes baixam e nós esperamos. Hum...como é boa aquela sensação de não saber o que vai acontecer a seguir. Sabemos que vai lá estar um cenário e que a interpretação dos actores se baseia numa história que alguém um dia resolveu contar mas, longe de nós adivinhar qual a magia que cada um irá dar ao texto, quais os processos dinâmicos que se irão criar com a energia do público, qual deles se irá enganar sem que nós nos apercebamos. E a peça começa, e a nossa atenção desperta e por momentos percebemos a entrega dos actores, a profundidade com que se dão naquele momento, aquele encontro de personagens, aquela realidade.


Façamos assim com a vida. Deixemos que a vida nos agarre com a sua força e nos transporte constantemente para novos cenários, novas realidades, novas histórias e que em cada uma delas, tenhamos a coragem e a vontade de nos entregarmos sempre no nosso limite, caracterizando-nos de novo, aprendendo uma nova linguagem, redescobrindo o que temos dentro de nós.


Se eu estivesse no Porto, hoje não perdia isto: http://www.tnsj.pt/

Para acordar bem disposto:)



Com o volume no máximo!

segunda-feira, 26 de março de 2007

Cama de gato

“Há um jogo de meninos que, em Portugal, se chama cama de gato: os meninos atam um cordel em círculo, depois fazem assim com a mão, vem outro e faz uma complicação qualquer, mete o dedo e faz outra complicação, vem outro ainda e quanto aos dedos faz assim e tira, e forma outra figura. Este jogo chama-se cama de gato. Então, eu acho que na vida o que há, é um jogo perpétuo de crianças com a cama de gato, que a vida de vez em quando apresenta-nos os problema, olhamos e vemos como é que havemos de tirar, depois metemos os dedos, fazemos assim e sai outra coisa. É que toda a nossa habilidade é tornar a ser crianças para ver como é que sai a cama de gato.”

Agostinho da Silva, in Vida Conversável

sábado, 24 de março de 2007

Trabalhar ao sábado :-)


















Jorge Pineda | Afro: Issue I, Noviembre 2006

sexta-feira, 23 de março de 2007

Segredo

Esta noite morri muitas vezes, à espera
de um sonho que viesse de repente
e às escuras dançasse com a minha alma
enquanto fosses tu a conduzir
o seu ritmo assombrado nas trevas do corpo,
toda a espiral das horas que se erguessem
no poço dos sentidos. Quem és tu,
promessa imaginária que me ensina
a decifrar as intenções do vento,
a música da chuva nas janelas
sob o frio de fevereiro? O amor
ofereceu-me o teu rosto absoluto,
projectou os teus olhos no meu céu
e segreda-me agora uma palavra:
o teu nome - essa última fala da última
estrela quase a morrer
pouco a pouco embebida no meu próprio sangue
e o meu sangue à procura do teu coração.

Fernando Pinto do Amaral in «Às Cegas»- Poesia Reunida 1990 - 2000, Lisboa, Publicações D. Quixote, 2000


Ontem Fernando Pinto do Amaral esteve nas "quintas de leitura", no Teatro do Campo Alegre e falou sobre a poesia e as palavras. Para além dos poemas, muito bem declamados, encantou-me a forma como falou das palavras. As palavras, disse, precisam de ser tratadas, cuidadas e, de vez em quando, limpas, polidas de modo a renascerem com novos significados. Pinto do Amaral é autor de uma tradução de As Flores do Mal, de Baudelaire, que lhe valeu o Prémio Pen Club e o Prémio da Associação Portuguesa de Tradutores. Traduziu também outros poetas, como Verlaine e Jorge Luis Borges, organizou diversas edições e publicou dois livros de ensaio literário. Publicou cinco livros de poesia, tendo reunido os primeiros quatro no volume Poesia Reunida (2000). Estreou-se com Acedia, em 1990. Acabou de publicar Pena Suspensa.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Big Time Sensuality



o nosso top 10 da sensualidade masculina:
1. Chow Yun-Fat (actor de "O tigre e o Dragão")
2. Keanu Reeves
3. Denzel Washington
4. Rodrigo Santoro
5. Harrison Ford (a roxo não concorda :))
6. Jamiroquai (a verde não gosta :))
7. Richard Gere (a roxo diz que a verde só gosta de velhos)
8. Brad Pitt
9. Heath Ledger (o panasca da montanha que não é :-))
10.Mel Gibson (porque já não há homens assim)


o top 10 da sensualidade feminina:
(homens, votem please)

posted by roxo e verde, together. A escolha foi difícil e nem sempre consensual como se pode ver pelos comentários. por favor dêem o vosso contributo. posteriormente decorrerá uma votação para a eleição do mister/miss sensuality. a roxo não tem dúvidas. já fizemos as nossas apostas (a feijões, claro).

please vote

quarta-feira, 21 de março de 2007

S.P.R.I.N.G

E lá chegou ela outra vez! Vem disfarçada de menina, vem um pouco atrasada mas vem.Traz consigo o encanto da manhã, o sorriso do sol e a alegria das cores, o despertar da vida e das crianças. Deixo-vos com uma interpretação infantil da primavera, esse pedaço de nós que nos faz sempre chegar mais além.

PS: isto são reflexos das leituras da BD, apetece-me ser criança de novo!.....

Dia Mundial da Poesia, 21| mar

uma prenda de pablo neruda, neste dia dedicado à poesia.

QUEM MORRE?

Morre lentamente
quem não viaja, quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente
quem destrói seu amor
próprio, quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente
quem se transforma em
escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos e os corações aos tropeços.

Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho ou amor, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos...

Pablo Neruda

há que seguir o conselho do pablo neruda: viajar muito, ler, ouvir música, mudar, ousar, e sobretudo divertirmo-nos connosco (neruda copied this advice from a very dear friend).

terça-feira, 20 de março de 2007

posted by js (by mail):



domingo, 18 de março de 2007

Gilbert & George


















Gilbert nasceu em Devon em 1942. George numa pequena aldeia em Itália, em 1943. Conheceram-se num curso de escultura, em Londres, no ano de 1969. Desde então iniciaram um percurso comum, naquilo que descrevem ser uma tentativa de fazer chegar a arte a todos.

Os seus quadros são feitos de quadrados que se compõem, assumindo a forma de um vitral. Através deles Gilbert e George experienciam sentimentos e pensamentos sobre temas que consideram ter ramificações universais.

Esta dupla defende que tudo deve estar aberto a discussão através da arte, especialmente assuntos tabu, temas como sexo, religião, raça ou mesmo política. Gilbert e George acreditam que tudo na vida pode ser arte e que a arte tem que versar sobre a vida. Assim se tornaram o próprio objecto da sua arte.




















Gilbert&George, em exibição na Tate Modern até 7 de Maio.

where will U go?














foto by verde | madrid | feb 07

sábado, 17 de março de 2007

Fur - Um Retrato Imaginário de Diane Arbus
de Steven Shainberg
















O filme é uma abordagem imaginária e surrealista à vida de Diane Arbus, fotógrafa americana que rompeu com preconceitos e desafiou o conceito vigente de beleza.

Nicole Kidman, numa excelente interpretação, dá vida a Diane, uma mulher que, como tantas outras da sua geração, se sente dividida entre o amor à família e filhos e uma profunda necessidade de explorar o mundo e de criar. “Nasci diferente”, diz Diane ao marido. Nasceu artista numa época em que o papel da mulher estava constrito ao papel de dona de casa e mãe. Diane era casada com Arbus (fotógrafo das melhores revistas de então), filha de produtores de casacos de peles. Vive o dia-a-dia entre a vida doméstica e o trabalho de assistente do marido.

Esta divisão é excelentemente retratada por Kidman. O guarda-roupa é muito bem escolhido. Sente-se o desespero da necessidade de conformar o corpo e a alma aos vestidos de tecido duro, apertados até ao pescoço, escondendo qualquer vestígio de sensualidade, numa alusão ao sufoco de viver uma vida desajustada.

Diane vive uma vida pequena. Até ao dia em que conhece o seu mais recente vizinho, um homem encapuzado e misterioso. Há uma troca de olhares profunda, um encontro de almas. A curiosidade é mais forte e Diane vai ao seu encontro. Lionel (Robert Downey Jr.) , é um homem que sofre de uma doença que o faz ter pêlo por todo o corpo (incluindo a cara), pêlo que cresce diariamente a um ritmo que determina a sua carreira profissional: fazer perucas a partir do seu próprio pêlo.

Através de Lionel, Diane entra em contacto com um mundo surrealista: gigantes, anões, uma mulher sem braços que usa o pé em tudo o que faz (servir chá, fumar,…), verdadeiros freeks, personagens que contrastam com a vida certinha de Diane, que representam o outro lado da vida, o lado diferente e criativo, e que Diane vê com curiosidade mas também com aceitação e carinho.

O filme leva-nos para o mundo do estranho e do surreal. É misterioso e por vezes desconcertante. Tem cenas de grande ternura e de uma enorme sensualidade. Fala do modo como cada um pode ver a vida. E de escolhas.

Gostei muito e recomendo.

sexta-feira, 16 de março de 2007

divertido e intelectual, a pedido da roxo


















Maitena, in "mujeres superadas"


Nuovo Cinema Paradiso, obra aclamada e aplaudida de 1989, é acima de tudo um autêntico elogio ao amor, à amizade, à juventude, à vida e ao cinema. É um filme muito especial, pois de uma forma poética consegue mostrar a magia que o cinema transmite a todos os seus amantes. Em 1989 alcançou o Prémio da Crítica em Cannes e no ano a seguir não perdeu o Óscar para Melhor Filme Estrangeiro.

O filme retrata o amor nas suas diversas frentes: o amor de mãe versus mulher, amor de adolescente, o amor sob forma de amizade, e o amor pelo cinema. É também devido a esses “duros” amores que se fazem escolhas, sacrifícios, sofrem-se consequências e muitas vezes obrigam-nos a fugir dessas realidades para criarmos em nosso torno uma redoma de vidro aparentemente intocável. Mas na noite em que Salvatore recebeu a triste noticia, percebeu que não podia fugir do passado, pois querendo ele ou não ele existia, e por isso mesmo tinha que o enfrentar. Assim passados muitos anos de ter “fugido” da sua terra natal, Salvatore volta à sua terra para o funeral do seu amigo e reencontra os rostos envelhecidos daqueles que o acompanharam durante a sua infância, e então sente-se de novo em casa.
(uno dei miei favoriti...!)



E a gente canta
E a gente dança
E a gente não se cansa (...)

Velha Infância, Tribalistas

BD



Ando com vontade de ler.
Quem me aconselha?.....

quinta-feira, 15 de março de 2007

:: they are Complexions


















Em Janeiro de 2005 decidi voar até Roma com uma amiga. Nenhum motivo especial, apenas uma enorme vontade de viajar e de regressar à cidade que tinha conhecido no tórrido calor de verão. No inverno em Itália tudo é diferente. Os italianos trajam elegantes sobretudos, o frio invernal mistura-se com os tons quentes da cidade e do povo criando uma atmosfera única. Nesta viagem marcou-me especialmente um ballet contemporâneo a que assisti, no Teatro Olympico. Fomos sem referências mas à chegada cartazes colados nas paredes com as notícias do jornal do dia traziam um bom prenúncio…”simplesmente fenomenal”, era como descreviam o espectáculo.

Tratava-se da companhia de ballet contemporâneo Complexions, de Dwight Rhoden e Desmond Richardson, na que seria a sua primeira actuação europeia. A companhia, americana , foi criada pelos dois coreógrafos com o objectivo de juntar em palco bailarinos de várias disciplinas. Os bailarinos, com o que me pareceu uma sólida formação em ballet clássico, actuam ao som de música clássica, soul, jazz, rock, em grupo, individualmente ou em dupla.

A beleza da actuação foi de tal modo que me emocionou. No final um silêncio sentido de quem queria prolongar eternamente aquele momento e depois, num impulso, toda a plateia de pé numa esfusiante ovação, que jamais esquecerei.


:: who are they?

































the mistery will soon be revealed....



Take a look: http://2007.sxsw.com/

Aplausos, por favor!

filosofia é diálogo e
lhe foi mestre Platão
mas o triunfo é monólogo
e seu tema sim e não

que seja filosofia
tudo o que pensa o geral
mas quanta pergunta solta
lhe rondará o final

o fim dela é a vitória
de seu ser sem ter porquê
e de se viver a vida
sem sonhos e para quê

VIVER A VIDA, Agostinho da Silva

Hoje acordei com o coração pequenino......

mas tão pequenino que tive receio de me levantar não fosse perdê-lo dentro de mim. O despertador tinha tocado e eu deixei-me ficar naquela neutralidade que é a manhã, naquele limbo entre o passado e o futuro dum novo dia. De súbito, levantei-me. Fui cuidar de mim. Pôr-me bonita. Muito bonita. Pelo caminho para o trabalho (re) descobri as cores das plantas, o som dos pássaros e o brilho do SOL e pensei: o coração pode estar pequenino mas eu estou muito maior. muito mais viva.

quarta-feira, 14 de março de 2007

andré cepeda

sem título, sequência movimento#15 - Finisterra, 2000; 230 x 460 cm

é fotógrafo
é jovem
é português
nasceu em coimbra mas vive no porto
e sabe o que faz.

29,amsterdam

the next trip will be to amsterdam. a city without prejudice.
everyone is invited. who wants to come?

terça-feira, 13 de março de 2007

De tarde

naquele piquenique de burguesas
houve uma coisa simplesmente bela
e que, sem ter história nem grandezas,
em todo o caso dava uma aguarela.

foi quando tu, descendo do burrico,
foste colher, sem imposturas tolas,
a um granzoal azul de grão-de-bico
um ramalhete rubro de papoulas.

pouco depois, em cima duns penhascos,
nós acampámos, inda o Sol se via;
e houve talhadas de melão, damascos,
e pão-de-ló molhado em malvasia.

mas, todo púrpuro, a sair da renda
dos teus seios como duas rolas,
era o supremo encanto da merenda
o ramalhete rubro de papoulas!

Cesário Verde

procurei no youtube este poema declamado pelo João Villaret, mas a globalização de conteúdos ainda não chegou tão longe. fica de qualquer modo o poema, num dia de sol, em que um almoço rápido no parque da cidade fez lembrar como a tranquilidade do dia, da simples existência, continua lá, mesmo num intenso dia de semana.

Bom feeling...

Esta música é mesmo bom feeling. Ideal para descansar de um dia cheio...

sábado, 10 de março de 2007

Escorregar na Tate Modern


















The Unilever Series: Carsten Holler| Tate Modern


Carsten Holler criou para a Tate Modern esta interessante instalação. Trata-se de escorregas, que ligam cada um dos pisos da Tate ao piso térreo. Holler remete para o escritor francês Roger Caillois a descrição da experiência de descer num escorrega: "voluptuous panic upon an otherwise lucid mind". Para além de ser visualmente muito interessante esta obra proporciona uma verdadeira interactividade com os visitantes. O objectivo de Holler era criar um espectáculo visual para quem observa os "sliders" a descer e para os próprios "sliders". Comprovei a ansiedade e o deleite de crianças e adultos.

Está em exibição até 15 de Abril de 2007.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Para quem ainda tinha dúvidas...

quinta-feira, 8 de março de 2007

Uma visão diferente da mulher




















Hyung-Goo Kang Mythology 2006 - Oil on canvas


É a visão do pintor coreano Hyung-Goo Kang. Este óleo pertence à série Mythology, em que Kang representa a busca mitológica como símbolo de uma tradição que não se extinguiu.

Born to love you

o que qualquer mulher merecia ouvir, hoje, ao chegar a casa.

PAULA REGO



Neste dia especialmente dedicado a nós, mulheres, faço aqui homenagem a uma, cujo trabalho profissional tem demonstrado a vontade que tem de revelar as problemáticas sociais relacionadas com a mulher em Portugal. Nascida a 1935, em Lisboa, Paula Figueiroa Rego desde cedo percebeu que o seu mundo apenas poderia ser vivido através da pintura. «É tudo copiado à vista», insiste a artista, que expõe com as pinturas os seus desenhos preparatórios realizados com a constante presença dos modelos, desvendando assim os «segredos» de atelier, a «ordem e a disciplina» do trabalho do quadro em que se sustenta o seu poder de subversão. «Aprender a desenhar é muito importante. Eu também não sei muito bem, mas estou a aprender», diz Paula Rego.

A pintura de Paula Rego não pode ser classificada como conservadora ou académica, mesmo se ela vem sendo (em especial desde o seu trabalho na National Gallery) um exercício de reaprendizagem dos meios de expressão pictural, reapropriando-se da possibilidade da representação humana e aprofundando os recursos da volumetria ilusionística do quadro, em contacto com as lições dos mestres antigos e de alguns contemporâneos (como Lucian Freud, que especialmente admira). «O naturalismo está muito fora de moda, mas eu não me importo», declara Paula Rego. «A moda passará. Estas revolucionárias 'pinturas silenciosas, com as suas réplicas sombrias', sobreviverão», comenta Maggie Gee num artigo do «Daily Telegraph».

Num ano em que finalmente se conseguiu dar um passo de gigante no que diz respeito ao aborto em Portugal, deixo-vos com uma marca da autora duma série em que é sempre uma mulher só que interpela o espectador. É uma denúncia ao aborto clandestino e foi iniciada pela pintora como uma reacção directa às condições em que decorreu o anterior referendo sobre o aborto, especialmente face à elevada abstenção que se poderia interpretar como desinteresse perante o problema. «Fiz estes trabalhos para Portugal, revoltada com o que se passou no referendo sobre o aborto», diz a pintora, que têm ainda nas suas memórias vividas do país as situações dramáticas que testemunhava na Ericeira quando as mulheres dos pescadores, rodeadas de filhos, lhe pediam o dinheiro necessário para os desmanchos. Paula Rego desenha adolescentes e jovens mulheres que sofrem, que escondem a cara ou enfrentam o espectador, culpando-o com o olhar, algumas delas prostradas sobre a cama, outras agachadas sobre um bacio ou um balde, outras ainda contorcendo-se com dores, entregues apenas a si própias e a uma imensa solidão. São retratos de sofrimento e angústia, de ansiedade, desolação, medo, humilhação e vergonha, feitos de uma violência contida, sem sangue nem gritos, com uma construção figurativa formalmente austera, sempre rigorosa e simples, que os traços precisos dos rostos, os espaços fechados e a estrita economia dos cenários tornam ainda mais realistas e pungentes.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Gestão de stress (II)













Abro os olhos, fecho. Volto a abrir. Será que é mesmo? Será que é mesmo sábado? Uns minutos para acordar, sim é sábado. Salto da cama, pés descalços, cabelo com redemoinho de dormir. Corro para a sala. Sim, finalmente é sábado. Sinto um frio na barriga, de emoção. Hoje é sábado, é dia de desenhos animados. Sorrio. Ligo a televisão rapidamente, na expectativa de ver as imagens que preencheram o meu pensamento durante toda a semana: desenhos animados. A televisão acende, lentamente, como se estivesse a aquecer, segundos que parecem horas, e é então que surge uma imagem inconfundível... quadradinhos pretos emoldurados de branco e no centro um quadrado repleto de cores. Depois, o inconfundível som de fundo, agudo, ininterrupto. Suspiro. Olho para o relógio. São apenas 8:30. Falta meia hora para o início da emissão, para o início dos desenhos animados. Meia hora passa rápido, penso. E assim fico, olhos fixos no ecrã, meia hora que soa a eternidade.

Gestão de stress (I)













Em dia de aniverário da RTP vai um grande, grande bem-haja para o Engenheiro Sousa Veloso, essa criatura que me ensinou em tenra idade as exigências da gestão de stress. Eu a querer ver o "Marco" e o Engenheiro (por extenso que ele merece) a filosofar sobre as propriedades da maçã bravo de esmolfe.

Engenheiro Sousa Veloso, um grande bem-haja!

Matéria do tempo












"Matéria do Tempo" de R. Serra, in Guggenheim Bilbao

Gosto particularmente de escultura. Marcou-me bastante esta série, "Matéria do tempo", composta por sete esculturas de Richard Serra. "Matéria do tempo" é um conjunto de esculturas, constituídas por não mais do que folhas de aço gigantes que se dispõem no espaço e que assumem diferentes formas: linhas paralelas, círculos, espirais, etc. Mais do que as diversas formas da série, marca o modo como cada escultura se compõe estabelecendo um inegável relacionamento com o público.

Richard Serra nasceu em S. Francisco em 1939. Desde 1970 que o escultor trabalha peças em aço, de grande dimensão, peças criadas para serem percorridas, experimentadas. Numa viagem ao Japão, em 1970, Serra experienciou as sensações proporcionadas pelos jardins zen de Kioto, desenvolvendo então a ideia de que a experiência de uma percepção depende do movimento através do espaço e do tempo.

Na série "Matéria do tempo" a forma como as folhas de aço se dispõem proporciona de facto fortes sensações. Percorri as esculturas por dentro e por fora. Folhas de aço que se aproximam e separam, concavas e convexas, caminhos longos ou curtos, sinuosos ou rectos. Senti-me por vezes enorme, por vezes pequena, a tombar ora para um lado, ora para outro, com vertigens, protegida, ameaçada, segura, com falta de ar. No fim, depois de sair de uma escultura, uma enorme vontade de voltar a percorrê-la uma e outra vez, de sentir de novo todas aquelas sensações, ausência de tempo e de espaço.

"Matéria do tempo" pertence à exposição permanente do Guggenheim Bilbao.

Life goes on
De repente senti-me perdida,dilacerada por dentro como se tudo aquilo que fizesse sentido tivesse desaparecido em mim, de dentro de mim. Havia um sonho, uma imagem que se diluíu no tempo, na ausência daquele ser que me confundia e me fazia ser feliz, ser mais eu, ir buscar a essência de mim.
'Sonho de 1940', Henri Matisse

terça-feira, 6 de março de 2007


The Kiss, c.1907 - Gustav Klimt
Pintor vienense, muralista, líder do movimento secessionista local, foi desde sempre um dos meus pintores de excepção. Há nele algo de mágico e intemporal! Nascido a 14 Julho de 1862, em Baumgarten, perto de Viena, foi o segundo de sete filhos de Ernst e de Anne Finster. Em 1903, começa o seu "Período Dourado", os painéis para a Aula Magna de Universidade são colocados na Österreichische Galerie e em seguida no Palácio da Secessão.The Kiss,o quadro que escolho para partilhar convosco a obra deste pintor, revela-se pela sensualidade, paixão e doçura com que retrata um momento tão solene e íntimo entre dois seres apaixonados.

Desiree Dolron


















Desiree Dolron. XteriorsX. 2001-2005

Desiree Dolron, fotógrafa Holandesa, explora a luz nesta indescritível série denominada Xteriors, inspirada na pintura de Vermeer. Lembrar os rostos enigmáticos da pintura flamenca permite uma melhor compreensão da obra de Desiree Dolron. Utilizando a luz e o contraste de um fundo escuro Dolron apresenta rostos de uma beleza rara com uma aura de insondável mistério.

Ella

os melómanos acham esta música pirosa :-). deve ser, mas eu gosto. é uma música de mulheres, para mulheres, excelente para ouvir e sair pela rua a dançar, de sorriso nos lábios com a certeza de que vamos conquistar tudo aquilo que queremos...


quinta-feira, 1 de março de 2007

E o prémio BESPHOTO vai para... Daniel Blaufuks



















A Day Saved, da série Collected Short Stories, 2003 (© Daniel Blaufuks)

Daniel Blaufuks é o vencedor do prémio BES Photo 2006. Blaufuks nasceu em Lisboa em 1963 e é descendente de judeus polacos e alemães. Iniciou os seus estudos de fotografia na Ar.Co, em Lisboa, tendo posteriormente estudado em Londres e Nova York. As suas obras são essencialmente fotográficas, tendo também realizado algumas obras em vídeo bem como alguns trabalhos como documentarista.

Algumas obras fotográficas de Blaufuks:
1994 :: London Diaries
1995 :: Ein Tag Mostar
1998 :: Uma viagem a S. Peterburgo
2003 :: Collected Short Stories

“Para que uma imagem faça alguma diferença nas nossas vidas, nem que seja por segundos, necessita de uma intenção clara e precisa por parte do seu criador. E uma imagem numa parede de uma galeria não é igual, mesmo sendo uma fotografia idêntica, a uma imagem no exterior de um prédio no centro de uma cidade. Daí que a minha fotografia seja também um trabalho sobre a relação da imagem com outras imagens, públicas ou privadas, e com o espaço em que se insere, sobre como e onde a imagem é apreendida e sobre as suas possíveis leituras”. Daniel Blaufuks in Publico