quinta-feira, 15 de março de 2007

:: they are Complexions


















Em Janeiro de 2005 decidi voar até Roma com uma amiga. Nenhum motivo especial, apenas uma enorme vontade de viajar e de regressar à cidade que tinha conhecido no tórrido calor de verão. No inverno em Itália tudo é diferente. Os italianos trajam elegantes sobretudos, o frio invernal mistura-se com os tons quentes da cidade e do povo criando uma atmosfera única. Nesta viagem marcou-me especialmente um ballet contemporâneo a que assisti, no Teatro Olympico. Fomos sem referências mas à chegada cartazes colados nas paredes com as notícias do jornal do dia traziam um bom prenúncio…”simplesmente fenomenal”, era como descreviam o espectáculo.

Tratava-se da companhia de ballet contemporâneo Complexions, de Dwight Rhoden e Desmond Richardson, na que seria a sua primeira actuação europeia. A companhia, americana , foi criada pelos dois coreógrafos com o objectivo de juntar em palco bailarinos de várias disciplinas. Os bailarinos, com o que me pareceu uma sólida formação em ballet clássico, actuam ao som de música clássica, soul, jazz, rock, em grupo, individualmente ou em dupla.

A beleza da actuação foi de tal modo que me emocionou. No final um silêncio sentido de quem queria prolongar eternamente aquele momento e depois, num impulso, toda a plateia de pé numa esfusiante ovação, que jamais esquecerei.


5 comentários:

joaquim.guilherme.blanc disse...

Ver dança é uma enorme lavagem ao espírito. Quando é boa, marca-nos para o resto da vida. Já me aconteceu.
É pena não podermos usufruir da arte em todas as suas vertentes, cá no Porto. A dança é uma dessas vertentes e só quem tem o privilégio de poder dar umas escapedelas a Lisboa ou a outro País pode ver um bailado.
É verdade que nem toda a gente consegue ver e perceber a beleza da dança. É uma arte difícil. Uma arte cuidada, para pessoas cuidadas.
Por exemplo, acho que quem vê bom cinema há muito pouco tempo, teatro há menos tempo ainda, não percebe o que é a dança, nem saber falar sobre ela correctamente.
Especialmente no que toca à dança a partir do início do modernismo, quando os movimentos em palco, a iluminação, o guarda roupa e toda a plasticidade do espectáculo começam a ter uma enorme importância, juntamente com a técnica.
Felizmente, temos há vários anos bom teatro no Porto. Valha-nos isso. Cinema, vai-se arranjando uns esquemas para ver umas quantas coisas.
Óptimo post, verde :)

Anónimo disse...

Dança... a verdadeira arte do domínio do corpo! Muito bonito! Percebo porque te emocionou... ainda por cima em Roma :-) La bella città!

verde disse...

ana flamenca...acreditas que parte do ballet era flamenco?tinhas adorado!

verde disse...

jg, concordo. a dança não é uma arte fácil de apreciar, sobretudo a dança contemporânea em que os movimentos nem sempre são harmoniosos. e há dança e dança. acho que ao nível da dança contemporânea há muito "pseudosismo", tenho assistido a espectáculos muito maus. e depois, alguns, como este, simplesmente fabulosos. o que é bonito é bonito seja clássico, moderno, contemporâneo. e sim, é inadmissível que no Porto não haja espectáculos de dança. quase inacreditável. :) gostei muito do teu comment, e do errotichen hehe!

sfm disse...

a dança é para mim das artes mais completas que algum dia o ser humano poderá viver.concilia a música ao movimento, a criatividade à escolha de sentimentos, emoções, vibrações que nos fazem explodir por dentro, aclamar posturas e fervilhar de sensações.
teria sido mágico poder partilhar esse momento ctg.
Adorei a escolha, verde!