quinta-feira, 12 de abril de 2007

Emprestaram-mo noutro dia em jeito de intimidação. Disseram-me: Porque não lês este livro?...» Fiquei intrigada. Um livro que falava sobre um palhaço era coisa que não me estava a apetecer muito ler mas lá insisti comigo. Às vezes sabe bem insistirmos connosco. Chegamos mais longe, tornamo-nos maiores. Gostei da serenidade quase angélica do livro.

Miller
, que nasceu em Nova Iorque em 1891 e morreu em 1980 em Pacific Palisades na Califórnia, ficou conhecido por desafiar a sua época com a sua escrita contestatária e libidinosa. "Trópico de Câncer" (1934) e "Trópico de Capricórnio" (1938) são alguns dos seus livros que mais chocaram a sociedade tecnocrata do século XX.

"O Sorriso aos pés da Escada"
é, por isso, uma abstracção na sua criação literária. Escrito a pedido do pintor Fernand Léger, a história do palhaço Augusto é de um humanismo próximo da poesia. Miller diz: "O palhaço é um poeta em acção." E acrescenta: "Ele é a história que desempenha."

Miller considera "O Sorriso aos pés da Escada" a sua obra mais "verdadeira". Talvez porque, tal como revela no epílogo, "quando Augusto se torna ele próprio, a vida começa - e não só para Augusto: para toda a humanidade".

1 comentário:

verde disse...

Fiquei com vontade de ler. ando numa fase de poucas leituras...as leituras profissionais têm ocupado espaço qb. mas confesso que já sinto falta de ler um bom livro. :) obrigada roxo...gostei mt do post